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Garbo na China em "O Véu Pintado"

Garbo. Este é o primeiro nome que aparece nos créditos iniciais de O VÉU PINTADO(THE PAINTED VEIL), produção de Hunt Stromberg, lançado em 1934. Naquela época, a popularidade da atriz era tão grande que enquanto o expectador acompanha na tela o título do filme, elenco, ficha técnica, produção e direção, o nome GARBO continua ao fundo, até o final, como se fosse uma das telas de pintura dos filmes da Metro daquela época: o que normalmente eram desenhos feitos pelo departamento de arte do estúdio para acompanhar os créditos dos filmes, em O VÉU PINTADO é apenas Garbo em letras garrafais.
Mas apesar da grandeza da estrela sueca e seu poder junto ao público nas bilheterias, este filme dirigido por Richard Boleslawski não foi muito bem recebido e até hoje a crítica o rejeita, comparando-o com seus verdadeiros sucessos. A história original é do aclamado escritor, autor de obras como The Razor's Edge e Of Human Bondage, W. Somerset Maugham, adaptado para o cinema por Salka Viertel, Edith Fitzgerald e  John Meehan. 

Walter Fane(Herbert Marchall) se casa com a austríaca Katrin(Greta). Médico dedicado, acostumado a viajar o mundo em meio a novas pesquisas, ele a convida a acompanhá-lo para uma viagem à China. Ela, excitada com a possibilidade de conhecer lugares em que jamais esteve, aceita o casamento e a viagem. O VÉU PINTADO se parece muito com Madame Bovary. A mulher inexperiente no amor e na vida, que aceita se casar com o primeiro pretendente, pensando que vai viver um conto de fadas, mas acaba se entediando diante da decepção. Por consequência, a traição passa a se tornar uma fuga. Ambos sofrem e o casamento logo se desmorona, deixando a ruína nas vidas de ambos.
Com excessão de que a personagem de Maugham não tem mania de grandeza e além disso se arrepende da traição e resolve acompanhar o marido durante a epidemia de Cólera, há bastante semelhança com a obra de Flaubert. Até o sofrimento e melancolia do Dr. Fane  quando a esposa se recolhe em seu quarto, sem querer vê-lo, num misto de culpa e rejeição lembra a consternação do Dr. Charles Bovary.
Confesso que ainda não assisti a versão mais atual, com Naomi Watts no papel de Katrin, mas já li várias críticas favoráveis, dizendo que é a obra cinematográfica que mais perto chegou do livro. Também vale lembrar que os críticos compararam as duas versões e juram de pés juntos que o primeiro filme é de longe o mais fraco.
Para os fãs da "Divina" vale à pena vê-la ao lado de Herbert Marshall e George Brent(o amante na história). Existem sempre momentos marcantes em filmes de Greta Garbo, por mais que este não seja um RAINHA CRISTINA ou A DAMA DAS CAMÉLIAS.
O VÉU PINTADO é exótico e se Garbo já era exótica por si só, vê-la numa comunidade chinesa é no mínimo três vezes mais. Especial e mágico é o momento em que ela enrola um pano branco na cabeça, transformando-o num turbante, emuldurando seu belo rosto e deixando-o ainda mais destacado. A cena que sua personagem está com o amante no Festival Chinês é um dos pontos altos do filme. Emocionante vê-la arrependida, vestida com um hábito, voluntariando com as outras enfermeiras e se deixando descobrir pelo marido, já com as esperanças perdidas.
O início do filme, onde Katrin diz: "Um homem ser só bom não é muito excitante"
Garbo e George Brent

Garbo e Herbert Marshall
GARBO AINDA DITA MODA

Greta Garbo foi assunto de uma matéria da Vogue Brasil de julho. Aquela famosa edição que levou às bancas quatro capas com a übermodel Gisele Bundchen. O artigo de uma página fala sobre a tendência do próximo verão - as orquídeas, que já circularam nas passarelas. A inspiração veio da criação do estilista Adrian, que inseriu as exóticas flores nos vestidos de Greta Garbo para o filme WILD ORCHIIDS(ORQUÍDEAS SELVAGENS), de 1929. As orquídeas estiveram em alta no inverno europeu, pelas mãos de Riccardo Tisci, da Givenchy e pelo visto vão reinar também no verão, em lindas estampas em seda da Louis Vouitton e também em belíssimos acessórios. O inverno 2012 da Givenchy promete, com Garbo repaginada e dignamente homenageada.
Por que moda também é arte!

Dois momentos de Garbo em Wild Orchids(1929)





Garbo inspira:
Givenchy, 2012

Iódice para SPFW: Verão 2012

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